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terça-feira, 1 de junho de 2010

A IMPORTÂNCIA DA MEDITAÇÃO

MEDITAÇÃO E OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA
Meditação - o que é?

A meditação consiste de práticas diárias envolvendo essencialmente concentração da atenção. Embora apareça com uma aura mística, sua prática regular proporciona vários benefícios e aperfeiçoamentos práticos, como (experiência própria):
- descanso físico, mental e emocional
- aumento da capacidade de concentração
- maior auto-liderança
- maior liberdade de escolha
- senso de identidade mais livre e mais rico em possibilidades.
Os benefícios da prática da meditação para a saúde, a inteligência e o equilíbrio psíquico são:
"A meditação reduz a ansiedade, torna a respiração equilibrada e profunda e melhora a oxigenação e a frequência cardíaca. Seu reflexo no sono é um repouso mais tranquilo, sem interrupções. Além disso, ela atenua enxaquecas e resfriados, acelera a recuperação no pós-operatório e auxilia a digestão alimentar. No campo psíquico, a prática mantém a pessoa num relativo estado de equilíbrio, com uma lucidez que a impede de entrar em conflitos emocionais internos, principalmente de origem afectiva. Há, por parte de quem a pratica, muito mais clareza mental, objectividade, paciência, compreensão e justiça."
A meditação em geral pode envolver sons, mas não linguagem falada ou pensada, ao contrário, um dos objectivos é justamente activar um nível de não-pensamento linguístico, que embora seja útil em algumas situações, não o é em outras.
Quais são os mecanismos da acção terapêutica da meditação?
Distinguimos vários:

- O condicionamento operante: quando conseguimos dominar ainda que minimamente nosso mental, temos uma experiência de felicidade, do contrário, experimentamos tensões e angústia. Neste sentido, podemos dizer que a meditação é uma boa droga. Na vida corrente, todos temos mais ou menos nossas drogas; para uns, será o trabalho, para outros a atracção sexual, para outros a política ou os cavalos etc. O mental fica agitado porque procura a felicidade; a meditação o acalma dando-lhe o que procura, mas no interior.

- A privação sensorial: reduzindo os estímulos exteriores pelo silêncio e uma certa solidão, o meditante aumenta o retorno do material inconsciente, acelerando assim o processo de purificação, na medida em que é capaz de observar este material inconsciente com o sorriso.

- A inibição da fabricação de imagem mental: isso não é contraditório com o item precedente, mas corresponde a momentos diferentes, ou a estágio mais avançado da meditação. Dizemos que o sono com sonhos é mais difícil de acordar do que o sono profundo e que, nesse sentido, aquele é mais profundo que este; com efeito, o sonhador só tem um desejo, de continuar seu sonho. Entretanto, quando ele consegue inibir esta actividade de sonho, ele acorda e faz, de certa maneira, um salto de consciência. Do mesmo modo, quando o meditante consegue controlar o afluxo de imagens mentais pela concentração, ele faz um novo salto de consciência – um acordar no acordar, se assim podemos dizer.

- do ponto de vista da yoga, a meditação actua tornando silenciosas as camadas cada vez mais profundas do mental; primeiro, o mental verbal, depois o imaginário, depois as sensações; quando até as sensações se acalmam, sobrevém a grande experiência, o samadhi, e o Si se revela.

- um outro modo de acção da meditação é que ela estimula o interesse da descoberta, e esta induz a uma satisfação profunda da consciência. Primeiramente, a meditação permite gerir o stress e perceber os mecanismos de base do mental. Em seguida, ela permite desenvolver a compaixão e a transcendência; esta permite se desligar dos sistemas explicativos intermediários de compreensão do mental à medida que não mais precisamos deles. Assim como podemos distinguir uma terapia pragmática de uma terapia iniciática, assim não é proibido distinguir uma meditação pragmática, visando corrigir defeitos evidentes do mental, de uma meditação iniciática que se oriente directamente para a experiência do ser. Cada escola de psicoterapia tem sua grade de leitura, destinada a por um pouco de ordem no caos das experiências relacionais e interiores, organizando-as segundo uma hierarquia evolutiva. Como poderíamos evocar “a grade de textura” da meditação, de maneira simples?

- O mental é atraído para o exterior. Mesmo quando nos voltamos para o interior, somos ainda prisioneiros do exterior, sob a forma de lembranças, de identificação dos papéis etc.

- Tudo o caminha no sentido da observação, caminha no sentido da meditação, entendendo-se que estamos, por outro lado, bastante amadurecidos para realizar a acção adequada no momento adequado.

- Em um estágio mais elevado, o observador e o observado de novo fazem um só, só existe a Unidade.

O que é que cura verdadeiramente na meditação?
Certamente não podemos eliminar o mecanismo de acção da psicologia habitual: reviver de maneira consciente e relaxada os traumatismos passados que estavam mais ou menos enterrados. Entretanto, a criação de experiências poderosamente positivas que jamais havíamos tido antes é um factor de cura importante na meditação; isso falta em muitas escolas de psicoterapia. Além disso, é preciso lembrar-se de que a verdadeira experiência de meditação está fora do tempo.

Se a meditação permite a auto-cura, porque os sábios caem doentes? Na Índia, tem-se a tendência de atribuir isso ao fato de que eles recebem o karma de seus discípulos. Já que eles têm um espírito forte, eles não são afectados mentalmente pelas más acções dos discípulos, mas são afectados fisicamente. Alem disso, estes sábios muitas vezes tiveram em sua juventude uma sadhana intensiva em que eles desorganizaram seriamente o corpo, com carências alimentares prolongadas ou uma falta crônica de sono. É possível que o corpo manifeste depois um enfraquecimento devido a esses fatores. A meditação é auto-terapêutica porque tem uma função de higiene mental; ela é como um banho quotidiano. Há muitas maneiras de agir no interior de si mesmo, e o fato de se conhecer algumas delas produz confiança em si mesmo.

A meditação não é o tudo, é preciso que a vida quotidiana esteja em harmonia com ela. Costuma-se criticar certos meditantes de “voar alto”; os monges, para equilibrar esta tendência, praticam todo dia o trabalho manual. Além disso, de outro ponto de vista, a maioria das pessoas planam, - mesmo que seja em voos rasantes – no sentido de que nunca aterram dentro de si mesmas... No Ocidente, onde somos inspirados pelo modelo médico, algumas pessoas têm o hábito de voltar ao terapeuta para algumas sessões, quando “algo não vai bem”. Parece que a formação de um discípulo se faz pelo inverso, pelo menos é o testemunho que recebi de um grande discípulo de Ma Anandamayi: é justamente quando algo ia mal que Ma o deixava cair; deste modo, ela lhe mostrava que ele poderia se resolver por si mesmo. Este método só é eficaz se existe uma forte relação de confiança já alicerçada. A própria Ma dizia: “Mostrai vosso sofrimento só a Deus”. Quando as pessoas puderem fazer isso, é certamente sinal de maturidade e de força espiritual.

Uma consciência além da cura e da doença
A meditação é a terapia balística por excelência, no sentido de que ela retorna constantemente à unidade. Ela não procura unicamente o bem-estar, mas, sobretudo, um estado de estabilidade mental que esteja igualmente além do mal-estar. Em algumas meditações, pode-se mesmo intensificar um estado de mal-estar como na via da devoção em que se procura experienciar cada vez mais as queimaduras da separação com o Bem-amado... As terapias são, sobretudo, terra a terra. A meditação é “terra a terra”, ou “céu a terra”, se quisermos. O encontro dos dois mundos libera uma energia insuspeitada, a do raio. Podemos perguntar se a meditação deve curar, ou se ela só está aí para o prazer da consciência. Ultimamente, a meditação assegura uma cura fundamental; entretanto, não se pode exigir dela a melhora directa de um determinado sofrimento. A meditação, em sua forma elevada, deve guardar a pureza de uma arte pela arte. De todo modo, o ego é incurável; o melhor que podemos fazer é deixá-lo cair. Assim poderá se revelar a felicidade suprema (parama-sukhadam) e um estado de não-dualidade onde não se precisa mais fazer esforço consciente para amar os outros e se amar a si mesmo, como aquele menino de três anos que disse um dia à sua mãe: “ Eu te me amo”... Atinge-se nesse momento um estado feliz descrito frequentemente na Bhagavad-Gita como “estável por si mesmo e em si mesmo” ou, numa outra possibilidade de tradução, “ pelo Si e no Si”.


Meditação atenciosa de Deepak Chopra
"Descubra sua sabedoria interior... ou apenas descanse
Trata-se de uma técnica simples de desencadear um estado de relaxamento profundo de corpo e mente. À medida que a mente se aquieta e permanece desperta você vai se beneficiar de um estado de consciência mais profundo e tranquilo.
1. Antes de começar, encontre um local silencioso em que não vá ser perturbado.
2. Sente-se e feche os olhos.
3. Concentre-se na respiração, mas inspire e expire normalmente. Não tente controlar ou alterar a respiração deliberadamente. Apenas observe.
Ao observar a respiração, vai ver que ela muda. Haverá variações na velocidade, no ritmo e na profundidade, e pode ser que ela pare por um momento. Não tente provocar nenhuma alteração. Novamente, apenas observe.
Pode ser que você se desconcentre de vez em quando, pensando em outras coisas ou prestando atenção aos ruídos externos. Se isso acontecer, desvie a atenção para a respiração.
Se durante a meditação você perceber que está se concentrando em algum sentimento ou expectativa, simplesmente volte a prestar atenção na respiração.
Pratique esta técnica durante quinze minutos. Ao final, mantenha os olhos fechados e permaneça relaxado por dois ou três minutos. Saia do estado de meditação gradualmente, abra os olhos e assuma sua rotina.
Sugiro a prática da meditação atenciosa duas vezes ao dia, de manhã e no final da tarde. Se estiver irritado ou agitado, pode praticá-la por alguns minutos no meio do dia para recuperar o eixo.
Na prática da meditação você vai por uma de três experiências. Mas deve resistir à tentação de avaliar a experiência ou sua capacidade de seguir as instruções, porque as três reacções são "correctas".
Você pode se sentir entediado ou inquieto, e a mente vai se encher de pensamentos. Isso significa que emoções profundas estão sendo liberadas. Se relaxar e continuar a meditar, vai eliminar essas influências do corpo e da mente.
Você pode cair no sono. Se isso acontecer durante a meditação, é sinal de que você anda precisando de mais horas de descanso.
Você pode entrar no intervalo dos pensamentos... além do som e da respiração.
Se descansar o suficiente, mantiver a boa saúde e devotar-se todos os dias à meditação, você vai conseguir um contacto significativo com o self. Vai poder se comunicar com a mente cósmica, a voz que fala sem palavras e que está sempre presente nos intervalos entre um pensamento e outro. Essa é a sua inteligência superior ilimitada, seu génio supremo e verdadeiro, que, por sua vez, reflecte a sabedoria do universo. Tudo estará a seu alcance se confiar na sabedoria interior."
Deepak Chopra
No livro Saúde Perfeita